Educação Pública: realidade – idealidade – viabilidade – aplicabilidade
por Carlos Macedo,
Metaforicamente, a educação, assim como outras áreas relacionadas a promoção da justiça social, qualidade de vida e do próprio desenvolvimento humano, guardada as devidas proporções, assemelham-se a uma busca “alquimista”. Ou seja: qual a formula/caminho que poderá nos aproximar das praticas ideais de modelos para obtermos um ensino público de qualidade?
Não quero parecer presunçoso ao propor reflexão acerca deste tema, por isso, amparo-me na pura percepção das realidades “deficitárias” da educação pública que todos nós temos testemunhado. E é exatamente por isso, que recorro aos breves depoimentos que seguem de personagens icônicos na área de educação, como Paulo Freire, em minha modesta opinião um dos, senão o principal pensador contemporâneo sobre educação de nosso país, e o filosofo, escritor e educador Mario Sergio Cortella.
O educador e pedagogista Paulo Freire certa vez mencionou: “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Repare que ele parece nos sugerir uma composição, fusão de ações, elementos e atores sociais para se tentar construir a via produtora da boa educação.
O filosofo, escritor e educador Mario Sergio Cortella, em entrevista concedida a jornalista Sheyla Pereira, e publicada pela revista Filosofia, quando perguntado: Há muito tempo, a escola deixou de lado sua função primeira de educar para assumir também o papel social. Dentro do contexto filosófico, qual o peso de cada instituição nessa formação? Cortella: “(…) não cabe à família colaborar com a escola na educação, mas exatamente o contrário, é a escola que colabora, a família é responsável. A escola assumiu muitas tarefas nos últimos 20 anos, especialmente a escola pública, porque ela é parte da rede de proteção social e, por isso, desempenha tarefas do Estado, entre elas a proteção à vida, segurança e liberdade dos indivíduos. Por isso, cabe sim à escola oferecer educação para o trânsito, ecológica, sexual e até alimentar. Mas não cabe ao Estado, via escola pública, substituir a responsabilidade que a família tem, a menos que ela esteja em situação de descuido total. Cabe à instituição promover a autonomia, a solidariedade e a formação crítica, mas a responsabilidade principal continua sendo da família e ela não pode se eximir disso”.
O olhar acadêmico, presumivelmente represente a empreiteira responsável pela construção da pavimentação ou trilhos, por onde deverão passar o tão sonhado “progresso da educação pública”. No entanto, este mesmo olhar, sem a devida sensibilidade, pode tornar-se temerário se limitado ao interior palaciano. Isto é, quando apenas propõe o que seria “ideal”, sem conseguir enxergar o exterior das muralhas do palácio, que é a realidade social.
O abismo social entre as classes de famílias, ainda é muito largo e profundo. Cito como exemplo que, para quase todo lado que vamos, sobretudo, nos grandes centros urbanos, encontramos dezenas de crianças fazendo malabares improvisados, vendendo doces, passando flanelas encardidas nos para brisas de automóveis etc. Diante desta situação, é muito comum ouvirmos pessoas recriminarem os pais destes menores, que a principio, deveria estar na escola, ou brincando e desfrutando de sua fase infanto-juvenil. No entanto, aparentemente o que parte destes críticos, não elencam em seus valores de juízo, é que a maioria destes pais ou familiares, são órfãos do descaso, da incompetência do poder público, hiato de gestão, da falta de políticas públicas ou de políticos comprometidos e capazes de propô-las e efetiva-las. Em alguns casos o estado não deveria ser o tutor destas famílias? E ainda, talvez falte um maior envolvimento de parte da sociedade civil para a mudança dessas realidades. Necessitamos urgentemente gerarmos uma sociedade proativa, mais coletiva e menos individualista.
Igual a varias pessoas, penso, que apenas a educação pública de qualidade será capaz de diminuir as diferenças e erradicar a miséria, promover inclusão social e fazer com que pessoas deixem de correr o risco pela falta de perspectivas se tornarem “passivos da sociedade”.
O ser humano é natural e instintivamente gregário. Partindo deste pressuposto, deveríamos ser mais cooperadores uns dos outros. Há muitos aspectos que necessitamos rever para retomarmos o caminho da construção de um mundo melhor de se viver, que no meu entender tal construção passa obrigatoriamente pela educação pública de qualidade. Nesta “alquimia” os fluxos e competências precisam estar muito bem definidos. Às vezes, a impressão que se tem, é de que algumas instituições e segmentos, inclusive classistas de nossa sociedade tem se desviado das finalidades para a qual foram idealizadas e constituídas.
Quantos são os políticos que de fato através de seus mandatos representam o interesse público? Quantos sindicatos de fato ainda representam o interesse da classe que deveriam representar? Quantos de nós cidadãos comuns (sociedade civil) se entende como atores fundamentais neste processo de se construir mudanças e um mundo melhor de se viver?
Creio que já dispomos de ótimas sugestões que poderiam ser implantadas, como por exemplo, a valorização, motivação e qualificação dos professores, porem, a maioria dessas sugestões não vem sendo aplicadas.
Quero parabenizar o Partido Republicano Brasileiro (PRB), seus filiados e simpatizantes pelo comprometimento, esforço desmedido em tentar melhorar a educação pública do nosso estado e do nosso país. O partido tem promovido seminários e debates de altíssimo nível voltados para a legistica, inclusão social e educação, sempre considerando a amplitude dos temas. O partido tem abordado a questão da educação pública com muita responsabilidade e profundidade, contemplando: a realidade dos cenários sociais, o modelo ideal, o possível e, quanto ao viável e o aplicável.
Acredito que o PRB através da implantação de sua filosofia política vai ajudar a revolucionar a educação de nosso país, porque a nova historia de um futuro promissor do Brasil, quem vai escrever serão as próprias pessoas beneficiadas pelas boas políticas públicas que serão efetivadas nos parlamentos pelo partido.
No Brasil a escola privada representa aproximadamente 13% do total. Já a rede pública representa cerca de 87%.
Juntos somos mais fortes, porque juntos podemos muito mais!