Copa impopular
Pesquisa feita pelo Ibope e divulgada pela Folha de S. Paulo no mês passado mostrou que 55% dos brasileiros acreditam que a Copa do Mundo trará mais prejuízos que benefícios para o Brasil. Mais ainda: em 2008, 79% eram a favor da realização do mundial por aqui. A menos de um mês do pontapé inicial, o apoio caiu para 48%.
Seria inconcebível, há alguns anos atrás, que o país do futebol não teria a aceitação do seu próprio povo. Mas essa rejeição crescente tem uma explicação perfeitamente justificável: para a Copa, tudo; para os serviços públicos essenciais (como saúde, educação e transporte), pouco ou nada. O Brasil “padrão Fifa” segue cada vez mais distante.
Nesta semana vamos falar da Copa do Mundo no Brasil e de tudo que gira em torno dela. Os gastos para a realização do torneio, as obras (acabadas e inacabadas) e as frases polêmicas estarão em pauta. A pergunta que fica é a seguinte: vamos mais uma vez contar com a ajuda do “São Jeitinho” para botar tudo pra funcionar?
Estive pessoalmente em quatro sedes do torneio nas últimas semanas – Brasília, Curitiba, São Paulo e Manaus – e irei a mais uma (Fortaleza) na quarta. Embora não seja especialista em engenharia, a percepção é a de que vamos empurrar muita coisa com a barriga. Veremos turistas nacionais e estrangeiros esbarrando nas obras.
Não foi falta de tempo para preparar o país. Desde a escolha do Brasil como sede, em 2007 na Suíça, a promessa era de tirar do papel grandes obras de mobilidade urbana, ampliação de aeroportos e demais ações de infraestrutura. Só 41% do programado foram concluídos. Na opinião pública internacional, já ganhamos o troféu da desorganização.
Marcos Pereira – presidente nacional do PRB
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