Câncer de mama: Prevenir ou detectar?
Câncer!
Assusta porque, mesmo em pleno século XXI e a vasta tecnologia, informações via internet e sem falar da mídia em geral, a questão do câncer, infelizmente, continua em evidência e muitas pessoas ainda não conseguem pronunciar “câncer”, mas “aquela doença…”. Para muitos, também, o fato de alguém passar por este mal já é sinal de estar sentenciado à morte.
Câncer = Morte. Não é bem assim. Realmente assusta, amedronta, faz com que venhamos até mesmo a repensar o nosso estilo de vida. Causa uma metanoia mental, emocional e até espiritual em alguns casos. Trocando em miúdos, muda radicalmente a vida e a família, porém, esta mudança também pode ser significativa de maneira positiva.
Venho realizando uma campanha permanente com a frase: “Câncer de mama… prevenir é o alvo!”, a qual trabalha dentro de uma realidade brasileira, que vive um caos. A palavra prevenção é por nós trabalhada com afinco e empenho por entendermos que a prevenção nos ajuda a crescer, a nos conhecer e a nos dar mais valor.
A prevenção, no caso do câncer de mama, é para a mulher e o homem. O câncer de mama também afeta os homens por eles possuírem a glândula mamária e os casos – mesmo pequenos, mas significantes – já são três para cada 100 mulheres que passam pelo câncer. Conversei com uma pessoa que é radicalmente contra a questão da prevenção. Para ela não existe prevenção, e, sim, a detecção.
Quando eu uso o verbo detectar, é para afirmar que achei algo, estava procurando, e encontrei. Quando uso o verbo prevenir, é para afirmar que a prevenção é, não-somente o autoexame das mamas, mas também um autoexame de si mesma. Quando nos tocamos, nos olhamos ou damos atenção às mudanças do nosso corpo e da nossa alma.
A prevenção atua para encaminhar esta pessoa a uma transformação. Mudança de posicionamento, de postura, de conduta e de vida. Realizamos o autoexame como prevenção e esta é a base da campanha anual que a Sociedade Brasileira de Mastologia realiza: a Semana Nacional de Incentivo à Saúde Mamária (Senaism).
Incentivando o autoexame como prevenção, automaticamente, estamos colocando para as pessoas – e é até uma questão de semântica da palavra – que elas estão ou passarão a realizar o autoexame como um exame rotineiro, mensal e prazeroso. As pessoas, quando assistem às palestras que realizo, recebem uma palavra de estímulo para perseverarem e até mesmo enfrentarem situações adversas caso surjam.
Se colocarmos o verbo detectar, com certeza irão assimilar que estamos dizendo para realizarem o autoexame e para detectarem algo. A questão é que, se nós realizarmos o autoexame, mensalmente como prevenção, nós também vamos passar a conhecer melhor o nosso corpo, as nossas mamas, e se de um mês para o outro surgir algo diferente, esta mulher ou este homem saberá que, independente se for maligno ou benigno, precisa procurar um especialista ou um mastologista, para que seja examinado e, se for o caso, aí sim, detectar a origem do que foi encontrado na prevenção realizada.
Minha saudosa mãe, dona Flora, sempre dizia que o primeiro médico somos nós mesmos, pois a pergunta que nos fazem no consultório sempre é a mesma: O que você está sentindo? E através do que falarmos ou mostrarmos, o médico poderá esboçar um diagnóstico. Então, meu querido e minha querida leitora: “Câncer de mama…prevenir é o alvo!”
Lembre-se de que “câncer não é uma sentença, é apenas uma palavra”. Você nasceu para viver, e eu desejo que você viva a vida em abundância conforme Jesus trouxe para nós. “…eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.” (João 10.10b). Que Deus nos abençoe rica e abundantemente.
Sandra de Andrade, terapeuta e psicoterapeuta, fundadora e presidente do Revifé (www.revife.com) e coordenadora Nacional do PRB Alimentação e Agricultura.