Base da Socioeducação
Nos dias atuais é notável o crescimento da criminalidade entre os adolescentes e jovens no nosso país e sabemos que fatores de ordem social, familiar, social, econômica contribuem para que isso aconteça. É necessário desenvolver atividades socioeducativas para o resgate desses adolescentes e jovens que estão envolvidos em atos infracionais.
As atividades socioeducativas devem ser embasadas em uma proposta pedagógica que consista princípios de resgate e ensejos de um novo caminho, possibilitando resgatá-lo como ser-no-mundo e ser-ao-mundo. Esse discurso, segundo (RODRIGUES, 2008) tem sido assumido e reforçado em distintos discursos sobre socioeducação, sendo que, quase todos eles põem em ênfase a ação socioeducativas como sendo essencial para a inserção na vida social, conseqüentemente os reintegrando-os.
Essa concepção de reintegração do indivíduo a vida social é a vinculação entre a socioeducação e a necessidade da implementação de uma proposta pedagógica que desenvolva uma ação formadora capaz de formar os indivíduos para o exercício da Cidadania.
Os adolescentes e jovens que estão submetidos ao cumprimento de medidas socioeducativas devem ser preparados para a vida social, desenvolvido em um projeto que tenha como objetivo de desenvolvê-lo na aquisição de papéis sociais conexo à vida coletiva, à reprodução das condições de trabalho, adaptação da vida pública e ao uso responsável de conhecimento e habilidades disponíveis no seu ambiente de convívio. Paralelamente a isso, as ações educativas necessitam buscar articulação entre a educação e as necessidades individuais e coletivas, político e sociais desses jovens.
O Estado deve responsabilizar-se pela garantia e acesso aos direitos individuais e constitucionais para o desenvolvimento integral do cidadão, oportunizando condições de conviver, ser, pensar e produzir de caráter critica responsável e participativa na sociedade. Compreendendo o papel do Estado, podemos salientar que a proposta pedagógica ampara uma ação educativa que seja Emancipadora e Humanizadora embasada nos pressupostos como:
- Convivência em Grupos e respeito aos interesses coletivos.
- Vinculação Educativa que é o pilar da ação pautada na relação humana com finalidade pedagógica
- Significado Histórico Social do Aprendizado que amplia a compreensão do mundo, conhecimento acumulado decorrente da inserção social do indivíduo e a ampliação dos conhecimentos instrumentalizando-o para uma nova prática social.
- Desenvolvimento Integral do Adolescente e do Jovem pressupõe um processo de educação que atinge o individuo em todas as suas dimensões, o tratando com individualidade, humanidade e particularidades.
A socioeducação como práxis pedagógica indica objetivos e metodologias competentes de um trabalho social reflexivo, crítico e construtivo. Pressupõem que um projeto social deve ser compartilhado, tendo indivíduos e instituições que concorrem no desenvolvimento e fortalecimento da identidade pessoal, cultural e social de cada menor por ele atendido.
Alguns fatores que contribuem para a conduta infracional de adolescentes e jovens podem ser divididos em 2 elementos: os de natureza ambiental ou de natureza biológica. Aspectos como estrutura familiar, violência doméstica ou no meio social, pobreza, consumo de drogas entre outros fatores podem contribuir para a pratica de atos infracionais, mas esses fatores de risco não necessariamente levariam os jovens a essa ação.Entretanto quando as condições sócio-culturais associam-se as condições pessoais poderá levar os jovens a associar-se a grupos com comportamento anti-social. Por outro lado o consumo de entorpecentes contribui a uma situação risco e à pratica de atos infracionais.
A realização da ação educativa enfrenta muitos desafios. Inicialmente deve mostrar aos jovens o sentido e o valor de suas vidas, esse pensamento almeja que os adolescentes e jovens desenvolvam a consciência critica em relação ao contexto social, econômico, político e social que estão inseridos e que com essa base ele consiga exercitar a cidadania e a construção gradativa de sua autonomia.
Texto da Pedagoga Daiane Souza