A questão do direito humano a uma vida sem violência e do enfrentamento à violência contra as mulheres
No Brasil 70%dos casos de violência domestica contra a mulher os agressores são maridos, namorados,ou companheiros ou padrastos. No ano passado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo que mostrou que entre 2009 e 2011 o Brasil registrou 16,9 mil feminicídios (mortes de mulheres), 56% dos homens reconhecem ter cometido algum ato de violência contra suas parceiras.
A situação é tão grave que instituições privadas se empenham em combater esse grande mal. Constatou-se que o uso de drogas e o consumo de álcool contribuem especialmente para o aumento da violência no Brasil.
Sentimentos que estão intimamente ligados à questão da violência de gênero são: Medo, machismo, insegurança e dependência. A ausência total de afeto, abandono emocional e privações produzem na vítima uma baixa autoestima absurda, complexo de inferioridade , além da sensação de incapacidade.
Lembrando que os agressores também necessitam de tratamento psicológico, sem prejuízo da punição na esfera criminal.
Muitos são os fatores que levam as vítimas a se calarem até a morte, ou venham denunciar somente depois de vários episódios, que tem como
fim o risco de morte iminente. Fatores não apenas financeiro, mas especialmente emocional que geram uma interdependência doentia entre os dois, ensejando um verdadeiro ciclo vicioso, conhecido como CICLO DA VIOLÊNCIA, onde tem seu início com as ameaças, humilhações, desrespeito, ofensas e xingamentos.
Segue-se a explosão de ira, o incidente da agressão propriamente dita, havendo um completo descontrole emocional por parte do agressor. Após o incidente, se aproxima gentil e sob juras de amor promete que não incorrerá no mesmo erro, a vítima, crêdula, confia que os episódios não voltarão a ocorrer. Contudo não tarda a reincidir.
Note-se que a ausência total de afeto, abandono emocional e privações produzem na vítima uma baixa autoestima absurda, complexo de inferioridade , além da sensação de incapacidade.É salutar que se intensifiquem as campanhas de esclarecimento tendo como escopo divulgar os serviços existentes e fomentar a mobilização social para cada vez mais se engajar nesta luta.
Faz-se necessário repudiar essa pratica, incentivar as denuncias e criar políticas publicas que auxiliem a mulher vitima a se qualificar e se inserir no mercado de trabalho. Ate porque ao tomar uma atitude vê sua família desfeita com a ausência do homem – provedor, ficando muitas das vezes em situação precária com seus filhos. O que a faz aceitar o agressor de volta ao lar conjugal.Por derradeiro, e de extrema importância que a população tenha consciência que a violência contra a mulher e um óbice ao desenvolvimento social, sendo um atentado aos Direitos Humanos.
UMA VIDA SEM VIOLÊNCIA É UM DIREITO DAS MULHERES!
Por Dra. SORAIA VAZ DE SANT’ANA e DELEGADA DE POLICIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO