A culpa nunca é da vítima
Olá republicanas!
Hoje, nossa conversa será um pouco mais longa. Começamos nossa semana com uma notícia repetitiva, já que quatro mulheres foram assassinadas por dia neste ano no país, que concentra 40% dos feminicídios na América Latina, mas que vale nossa reflexão: Violência contra a mulher.
Não só a cidade do Rio de Janeiro, mas o Brasil ficou perplexo e chocado com o caso de feminicidio que marcou os noticiários nacionais e internacionais. No último domingo (17), no Rio de Janeiro, mais uma vez, a paisagista, Elaine Perez Caparroz, A VÍTIMA, foi espancada por quase quatro horas. As agressões começaram na madrugada, por volta de 1h, e terminaram pouco antes de 5h30, quando ela foi encontrada desacordada por policiais, com o rosto desfigurado, depois que vizinhos ouviram seus gritos de socorro e alertaram o zelador do condomínio.
O agressor é um jovem advogado de 27 anos, que Elaine conheceu pelas redes sociais, há cerca de oito meses. O primeiro encontro foi marcado na casa dela, local da covarde agressão. O rapaz foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio. A polícia entendeu que ele espancou Elaine por ela ser mulher. Em sua defesa (indefensável), ele disse que tomou vinho, dormiu ao lado da paisagista e acordou em surto.
Infelizmente, esse caso abriu várias discussões e uma delas é a suposta culpa de Elaine, por ela ter encontrado com o rapaz em sua casa, pelo bate-papo nas redes sociais, pela diferença de idade e outras questões sociais e culturais.
Precisamos entender de uma vez por todas, que em casos de violência e abuso contra a mulher, A CULPA NUNCA É DA VÍTIMA, nenhuma atitude justifica as agressões.
Além da dor física e psicológica, a mulher ainda carrega consigo a dor moral tendo que enfrentar o julgamento de uma sociedade machista e ainda preconceituosa, em pleno século XXI. Neste ano, o Brasil registrou pelo menos 138 assassinatos de mulheres por motivos de gênero e 77 tentativas de homicídio, segundo um relatório elaborado pelo especialista em Direito Internacional e ativista de direitos humanos, Jefferson Nascimento.
Agressões acontecem no primeiro encontro, acontecem com casais depois de 20 anos de relacionamento, acontece na lua de mel, em famílias de classe baixa, média e alta, acontecem aí do seu lado, no seu meio social, com sua parenta, com aquela sua amiga mais próxima, enfim, acontecem a todo o momento.
Sociedade, vamos refletir e começar a tomar ATITUDE. Precisamos meter nossa colher, quando o assunto é violência contra a mulher.
Rosangela Gomes
Deputada Federal (PRB/RJ)
Coordenadora Nacional do PRB Mulher