Senador Eduardo Lopes defende voto favorável à continuação do processo de impeachment
O senador Eduardo Lopes iniciou seu discurso na sessão plenária desta terça-feira (9), lembrando que desde a promulgação da Constituição, em outubro de 1988, esta é a segunda vez que o Senado se debruça sobre um processo de destituição do presidente da República. O primeiro foi em 1992 e, agora, o da presidente Dilma Rousseff. “Um fato curioso, que une os dois casos: ambos portavam a marca do pioneirismo. Em 1992, no primeiro processo, o presidente fora eleito pelo voto direto depois do período dos governos militares; agora, julgaremos a primeira mulher a atingir o posto máximo do governo da República”, destacou o senador.
Ele lembrou ainda que durante o processo, que muitos questionaram sobre a natureza jurídica do impeachment e afirmou que não caberia ele entrar mérito, mas que é evidente à procedência da acusação. “Não vou entrar nessa discussão, que deixo aos eminentes juristas da Casa. Mas, seja qual for a conclusão, o processo em curso preenche todos os requisitos formais e materiais para prosseguir”, disse Lopes.
Para o senador, o governo da presidente Dilma Rousseff perdeu autoridade política e administrativa para manter-se no comando da República. “Todos aqui sabem que o retorno da presidente pode conduzir ao descalabro administrativo e econômico do país, com danos irreversíveis aos seus defensores, sobretudo ao Partido dos Trabalhadores, que correrá o risco de ser execrado pelo eleitorado, como já sinalizam sondagens relacionadas com as próximas eleições municipais”.
Lopes disse que seu partido (PRB) chegou a integrar, por algum tempo o governo da presidente, algo que não o constrange. “O fato de ter participado do governo Dilma só reforça nossa convicção, pois pudemos testemunhar, de perto, seu jeito de governar: o governo de um só, isolado do Parlamento, dos partidos e do seu próprio Ministério. A presidente não ouvia, não articulava, não dialogava: mandava como se fora dona absoluta dos interesses e sonhos dos brasileiros”, afirmou.
Por fim, o senador disse ser independente, e que votaria a favor do julgamento de Dilma. “Acreditamos na capacidade dos brasileiros e de seus representantes nesta Casa, para superar a inércia, o imobilismo, a falta de fé e o desalento que esta crise provoca. Por isso, digo não à ingovernabilidade; digo sim à continuidade do impeachment da senhora presidente da República”, finalizou o senador em seu discurso.
Foto: Agência Senado
Texto: Texto: Junior Laurindo / Ascom – senador Eduardo Lopes