Roleta russa
Mais de 50 pessoas foram atingidas por balas perdidas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro desde o início do ano, o que representa a média de um caso para cada dois dias. Entre as vítimas, pelo menos nove delas são crianças. O caso mais recente foi a morte de um rapaz de 22 anos, identificado como Diego Luniére.
O jovem, que estava a caminho do almoço em comemoração ao Dia das Mães, morreu após ser baleado no pescoço durante a troca de tiros na manhã do último domingo (10), em Santa Teresa, no centro do Rio. Na mesma região, durante a noite de sexta-feira (8), quatro pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas depois de um tiroteio entre criminosos e policiais.
Percebo que, de modo muito frequente, os noticiários abordam variadas questões sobre segurança pública e confrontos entre criminosos e policiais nos morros cariocas. Muito se fala e pouco se discute em como solucionar o problema. Não vejo sugestões, tampouco a citação dos principais desafios ou em como as polícias e autoridades podem trabalhar em conjunto. Vejo apenas lamentações.
Quantas vezes não ouvimos sobre cidadãos que foram baleados seja a caminho da escola, faculdade ou do trabalho? Muitos entram para o tráfico na ilusão de garantir respeito e poder na hierarquia do crime e dentro da própria comunidade. No entanto, o crime compensa para quem lucra indiretamente com ele, isto é, traficantes antigos e milícias. E, pensando nisso, torna-se ainda mais claro que o planejamento estratégico e controle da segurança por parte do estado estão totalmente defasados.
Sei que não será fácil resolver os problemas da segurança, mas acredito que o governo deveria dar prioridade a investimentos na área social. Acredito que a saída seja alavancar ações de combate ao desemprego e melhorias na educação. Incentivar crianças e jovens, que convivem diariamente com a violência, a terem uma visão completamente diferente de onde moram através do esporte, de cursos técnicos e oficinas variadas. Estimular a vontade de aprender, crescer e procurar um futuro melhor. Assim, abriremos possibilidades de um novo final para esta história.
Fonte: Blog R7: Marcos Pereira