“O câncer mata, mas quem mata mais é o preconceito e a desinformação”
Este é o mês de novembro e escolhido para ser no calendário o Novembro Azul. Trata-se de uma causa nobre e de conscientização dos cidadãos do sexo masculino, pois promove e repercute o combate ao câncer de próstata, modalidade de doença grave e que vitima e vitimou milhões de brasileiros no decorrer dos anos. Quero informar aos meu pares a ao povo da cidade do Rio de Janeiro que este mês a Câmara Municipal está a ser iluminada por luzes azuis, bem como no dia 25 deste mês realizarei um debate público, que tem por finalidade discutir os problemas sociais, familiares, médico-hospitalares e econômicos que o câncer causa às pessoas e, consequentemente, inquieta os lares e a sociedade em geral.
A questão primordial não se trata apenas se o Estado ou a iniciativa privada tenham bons hospitais, equipamentos e atendimento profissional, além de termos unidades hospitalares de referência, a exemplo do Inca ou do Hospital Mário Kroeff. Todos nós sabemos que o problema principal para fazermos um bom trabalho de prevenção e combate ao câncer de próstata é o próprio homem. E explico: o homem médio, os cidadãos do sexo masculino tem enorme dificuldade para cuidar de sua saúde, bem como procurar o médico para depois realizar seus exames, que deveriam acontecer pelo menos uma vez no ano.
O homem reage, não possui a cultura de cuidar da saúde como a mulher faz e, se puder, “foge” do médico, porque evita entrar em hospitais, clínicas, postos de saúde e consultórios. As mulheres e as famílias reclamam dessa atitude, porque o homem, além de tradicionalmente não cuidar da saúde, ele ainda carrega consigo preconceitos que já deveria há muito tempo serem superados. E o maior desses preconceitos é se negar a se expor ao toque retal por parte do médico, para que tal profissional possa examiná-lo e, por sua vez, fazer um diagnóstico preciso e necessário, a se evitar com isso que o paciente examinado seja vítima, até mesmo mortal, do câncer de próstata.
Não é mais cabível, em pleno século XXI e no ano de 2016, que tenhamos pessoas do sexo masculino, porque simplesmente não gosta de ir ao médico ou arruma mil desculpas para não fazer o necessário exame do toque. O câncer é uma doença dolorosa, difícil de ser combatida quando está avançada no organismo humano, que envolve emocionalmente toda a família. Por causa disso, resolvi mobilizar esta Casa do Povo, no sentido de tão importante instituição participar do Novembro Azul, além de abrir suas portas democráticas para o debate e a troca de ideias, estratégias, ponderações e discussões. Mobilizações que nos levem a um denominador comum e, por seu turno, faça com que a sociedade carioca, fluminense, brasileira e até mesmo estrangeira, pois o Rio de Janeiro é uma cidade internacional, conscientize-se que a prevenção e o combate ao câncer de próstata é tão importante quanto o câncer de mama ou de colo, que vitimam tantas mulheres e fazem suas famílias sofrerem.
A conscientização é tudo. Sou um vereador voltado para as questões sociais e ao atendimento de boa qualidade à população por parte do Estado. Como presidente da Comissão do Idoso, minha responsabilidade aumenta, pois muitos idosos são vítimas de câncer de próstata por causa da desinformação e do preconceito. A cidade do Rio de Janeiro está desde já compromissada com o Novembro Azul. Precisamos dar uma resposta positiva no que é relativo a conscientizarmos a sociedade e os homens cariocas e todos os que vivem no Rio que o câncer mata, mas quem mata mais é o preconceito e a desinformação. Vamos à luta e um viva ao Novembro Azul!
João Mendes de Jesus é vereador e presidente da Comissão Permanente do Idoso da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.