João Mendes diz que debate sobre a escravidão negra dignifica e resgata a memória de milhões de brasileiros
Com a presença de autoridades e pessoas importantes ligadas aos movimentos negros, realizou-se, hoje, na Câmara Municipal, debate público sobre a Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, bem como foi anunciado pelo vereador João Mendes de Jesus (PRB), que presidiu a Mesa no decorrer do evento, a criação da Comissão Especial da Verdade sobre a Escravidão Negras no Brasil, cujo propósito, de acordo com o parlamentar, é resgatar a memória dos milhões de negros africanos e brasileiros que foram escravizados, em um tempo de 400 anos, além de não deixar cair no esquecimento a barbárie que foi a escravidão.
João Mendes de Jesus e seus convidados, nas pessoas do procurador do Ministério Público do Trabalho, Wilson Prudente, do professor da Uerj e coronel da PM, Jorge da Silva, do vice-presidente da Comissão da Nacional da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, Humberto Adami, do advogado do Quilombo Raça e Classe, Carlos Feliciano, além da presidente do Comdedine, Dulce Vasconcellos, afirmaram que enquanto os governos federal, estaduais e municipais não se conscientizarem de que a escravidão foi um dos maiores males da história humana, não haverá condições de haver paz na sociedade, que continua a alimentar seu lado perverso, a excluir dos mercados de trabalho e de consumo, das melhores escolas e universidades, do acesso à terra, da moradia e do saneamento básico, milhões de brasileiros de etnia negra, despossuídos de cidadania, a ocupar os grotões do Brasil profundo, os morros, os guetos e as periferias, bem como expostos à violência, às drogas, à fome e à miséria, pois abandonados pelo Estado, com a cumplicidade das classes dominantes da sociedade brasileira.
“Considero que debater essas questões tão caras à grande parte do povo brasileiro o pontapé inicial para que, no futuro, tenhamos outros debates, além de estudos sobre a escravidão e o que ela deixou de legado para a sociedade deste País, no que concerne à construção do Brasil e à violência, à desumanidade e à degradação de um sistema econômico e financeiro que absurdamente tratava seres humanos como “peças” de animais a serem vendidas e exploradas até o fim de suas vidas” — afirma João Mendes de Jesus.
O político republicano enfatizou ainda que a luta por igualdade de oportunidades tem de ser constante, porque o status quo não cede, não concede e não dá nada de graça. Para João Mendes, as conquistas têm de ser sempre fiscalizadas, como no caso das cotas raciais para concursos públicos em âmbito municipal e depois derrubadas pelo Judiciário, a prejudicar milhares de servidores de etnias negras, que já estavam a trabalhar, a frequentar seus recintos de trabalho ou à espera de serem chamados para assumirem seus cargos.
“Ao perceber tais injustiças, prontamente me movimentei, negociei com o prefeito Eduardo Paes um novo projeto com origem na Prefeitura, mas, ressalta-se, praticamente com o mesmo texto do projeto de minha autoria. Fiz um trabalho de convencimento junto aos meus colegas vereadores para quando o projeto entrasse em pauta fosse aprovado pelo plenário da Câmara. Devemos proceder exatamente assim, em todos os setores, a exemplo das terras quilombolas e do direito dos cidadãos negros terem acesso às oportunidades e se transformarem, definitivamente, a plena cidadania. Aí vem a Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil” — conclui João Mendes de Jesus.
Assessoria de Imprensa do Gabinete Parlamentar do Vereador João Mendes de Jesus (PRB)