Estresse e as doenças de coração. O que isso tem a ver com você?
A cultura popular há muito associa o estresse agudo e crônico com o desenvolvimento de doenças, que demonstram uma ligação entre o estresse mental e o aparecimento e curso de muitas doenças, desde simples infecções até úlceras gástricas e câncer. O nosso coração possui ampla participação na adaptação ao estresse, sofrendo, por isso, as consequências da sua exacerbação.
Muitos profissionais ainda não levam em consideração a associação entre as doenças cardíacas e o estresse, encontrando dificuldade em valorizá-la na prática clínica, muito embora o estresse seja o campeão em queixas de pacientes. O estresse mental ou emocional é um dos maiores problemas das sociedades modernas. Em uma situação de estresse, o nosso corpo redistribui suas fontes de energia, antecipando uma agressão iminente.
Esse mecanismo de adaptação é vantajoso se realmente houver perigo iminente. Entretanto, se esse estado persistir por muito tempo, o dano será inevitável. A ansiedade excessiva, além de irritabilidade, fraqueza, nervosismo, medo, ruminação de ideias, exacerbação de atos falhos e obsessivos, bem como rituais compulsivos aumentam e podem levar até mesmo ao pânico.
A angústia é comum e a impaciência com provocações e discussões são diárias. Do ponto de vista depressivo, a queda ou o aumento do apetite, as alterações de sono, a irritabilidade, a vontade de nada fazer, a perda de interesse no parceiro e nos desempenhos sexuais são comumente encontrados.
Isso tudo se traduz e se apresenta diariamente pela a automedicação com remédios tarja preta, a pessoa busca refúgio na bebida e mesmo no consumo de drogas, como cigarro e demais drogas ilícitas encontradas facilmente nas cidades brasileiras.
No corre-corre diário e pela falta de tempo, nós, seres humanos, vamos sofrendo o que as metrópoles e compromissos profissionais nos impõem. Por isso devemos ter em mente simples lições que podem nos blindar de situações como essas descritas a cima. Em primeiro, a busca por auxílio espiritual, a nossa casa e a família devem ser fontes de prazer, de relaxamento e amor. Procurar uma ocupação fora do trabalho, uma atividade física aeróbica que seja geradora de satisfação e relaxamento.
A busca pela valorização das relações interpessoais, começando pela família, amigos e parceiros de trabalho. O amor a Deus e a si próprio constituem o maior promotor da felicidade humana e fontes de realização, alívio e cura de frustrações, ansiedade, ameaça à autoestima e muitos sofrimentos.
Além disso, a melhor orientação seria consultar o seu médico de confiança para buscar ajuda com alguém capacitado para trazer de volta o seu equilíbrio físico e emocional.
Rafael Rodrigues Alves – Cardiologista, Clínico Geral