Crivella participa de debate na Rádio Catedral
Mesmo com a ausência de Garotinho, Pezão e Lindberg -, o candidato ao governo do Rio, Marcelo Crivella, fez questão de comparecer ao debate realizado na noite desta segunda-feira (15/9), na Rádio Catedral, que pertence à Arquidiocese do Rio de Janeiro. O outro candidato a comparecer foi Tarcísio Mota, do PSOL. Segundo Crivella, seria um desrespeito aos ouvintes da emissora o não-comparecimento ao encontro, que deu a oportunidade de os postulantes esmiuçarem suas propostas para governar o Rio.
Crivella reafirmou seus compromissos nas áreas mais sensíveis do estado, como saúde (investimento em pessoal e equipamentos, e fim da fila de pessoas que esperam por uma cirurgia); educação (escola em tempo integral e valorização do professor, com salário de R$ 3 mil); e segurança (aumento do efetivo e implantação da companhia de motociclistas, para agilizar as operações policiais), e criticou o excesso de terceirizações no estado:
-É um absurdo que metade do orçamento do estado seja empregado nas terceirizações. É inadmissível que a educação e a saúde estejam nas mãos de empresas privadas, muitas vezes em nomes de laranjas. Quando essas empresas quebram, quem arca com as indenizações é o estado, que entra como devedor solidário. Essa lógica é perversa, já que mata os doentes e não educa as crianças – observou Crivella.
Crivella defendeu ainda ideias criativas para gerar novos postos de trabalho, como a Zona Franca Social, estímulo para que pequenas empresas se instalem no interior de comunidades carentes pacificadas e tenham a produção negociada com o próprio estado, como o uniforme das escolas, as roupas usadas nos hospitais, o conserto de viaturas, a confecção de placas de trânsito etc.
Durante o debate, Crivella apresentou um dado novo sobre o principal motivo da alta dos preços e da inflação no estado do Rio:
– O principal fator de aumento do custo de vida no estado do Rio é o transporte, principalmente na Região Metropolitana, onde o custo do trem é dez vezes maior do que na Região Metropolitana das principais capitais; o metrô, seis vezes maior; e o ônibus, sete vezes maior. E ainda há um problema grave que é a indicação política na direção das agências reguladoras – afirmou Crivella.
Durante as considerações finais. Crivella fez um alerta e pediu uma mudança na forma de se fazer política no estado:
– O Rio de Janeiro vive uma crise das mais graves. O nosso sistema político está esgotado. Se a gente não mudar a prática política, o Rio não vai mudar. O poder é para servir, não para enriquecer. Se o sujeito quer enriquecer, que vire empresário, que vá para a iniciativa privada e não queira se locupletar no setor público. Com ética e ficha limpa, vamos construir o Rio de Janeiro dos nossos sonhos – concluiu Crivella.