João Mendes diz que mortes em ciclovia significam omissão e negligência com o povo carioca
Em duro pronunciamento na Câmara Municipal, o vereador João Mendes de Jesus (PRB) afirmou que a irresponsabilidade de empresários donos de empreiteiras e da Prefeitura do Rio de Janeiro propiciou acidente de derrubada de leito de 50 metros da Ciclovia Tim Maia, inaugurada apenas há três meses, que custou aos cofres públicos R$ 45 milhões, além de ter matado duas pessoas, que tiveram a infelicidade de estar exatamente onde ondas poderosas com mais de quatro metros derrubaram a estrutura metálica.
O vereador do PRB disse ainda que a omissão e a negligência somadas ao compadrio, pois a empreiteira Concremat, responsável pela construção da ciclovia, pertence à família do secretário de Turismo, Antônio Pedro Viegas Figueira de Mello, gerou o lamentável incidente, fato este que, conforme João Mendes de Jesus, configura, no mínimo, falta de ética, porque “não é possível que um secretário da Prefeitura, cuja família é dona de uma construtora, seja a responsável pela obra que desabou no mar e, com efeito, manchou a imagem do Rio internacionalmente a poucos meses das Olimpíadas.
“A Concremat disse que é parte de consórcio que venceu a concorrência para realizar a obra. Contudo, quando uma pessoa se torna autoridade e faz parte da administração da Prefeitura como secretário municipal de Turismo algo está errado, mesmo se o processo for considerado lícito. A verdade é que não basta ser correto e honesto, tem de parecer ser honesto, porque, do contrário, gera-se desconfiança por parte do povo, da imprensa e do Ministério Público e dos órgãos de fiscalização, que também estão no olho do furacão, porque não perceberam os erros graves de engenharia que permitiram a morte de pessoas” — afirma João Mendes de Jesus.
Além de tudo que disse, o político republicano alertou para o fato de os técnicos em engenharia não avaliarem sobre a força da natureza, que é imprevisível, poderosa e quando se expande apenas toma seu espaço. Para o parlamentar, o projeto da ciclovia se mostrou um fracasso, o que denota, de acordo com ele, que a Secretaria de Obras, a Fundação Geo-Rio, a Concremat, o secretário de Turismo, Antônio Pedro, e até mesmo o prefeito Eduardo Paes têm de responder por tamanho incidente, que trouxe desespero às famílias dos mortos e humilhou o povo carioca perante o Brasil e a comunidade internacional.
A Ciclovia Tim Maia tem quatro quilômetros. Inicia-se no Leblon e termina em São Conrado. Sua construção começou em 2014, e, segundo técnicos especialistas, a pista em grande parte é suspensa e permite que os ciclistas possam ver um dos panoramas mais deslumbrantes da orla carioca, de uma beleza ímpar, mas que se transformou em um grande desastre, que incomoda as autoridades municipais que estão prestes a iniciar os jogos Olímpicos.
“Creio eu que houve negligência, omissão e irresponsabilidade em vários setores da Prefeitura, além da construtora que também tem de responder por seus erros. Não é possível mais aturar que empresários firmem contratos com o poder público e depois realizem um péssimo trabalho que acarretou em queda de parte da ciclovia no mar, porque os estudos para executar a contenção de encostas e, consequentemente, estabilizar a área para a implantação da ciclovia não tenha sido feito com responsabilidade e diligência. A verdade é que o projeto de ciclovia que desabou não levou em conta força das ondas. E o mar é o mar” — critica João Mendes de Jesus.
Assessoria de Imprensa do Gabinete Parlamentar do Vereador João Mendes de Jesus (PRB)