João Mendes de Jesus ouve depoimento de Bernardo Egas, ex-presidente do PreviRio
Os vereadores membros da CPI do Previ-Rio ouviram, no dia 4 de julho, na Sala de Comissões da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o ex-presidente do Previ-Rio, Bernardo Egas, que presidiu a autarquia no ano de 2016. A CPI tem a finalidade de apurar e investigar o Fundo Especial de Previdência (Funprevi), que ora se encontra com um rombo de R$ 2,6 bilhões.
O relator da CPI, vereador João Mendes de Jesus (PRB), ouviu atentamente o ex-executivo do Previ-Rio, que confirmou não ter publicado no site da entidade seus resultados financeiros, bem como assumiu que seria uma falha pessoal no decorrer de sua administração.
João Mendes de Jesus considerou que não é possível que todos os executivos que até agora falaram à CPI tenham elogiado as diretorias passadas, que, em seus conceitos, foram formadas por profissionais competentes, sendo que a realidade é que o rombo de R$ 2,6 bilhões significa, na verdade, graves erros quanto às administrações temerárias comprovadas, efetivamente, com a crise que se abate no Previ-Rio e prejudica os aposentados e pensionistas do município carioca.
“Com relator da CPI, eu estou muito atento aos depoimentos por parte de técnicos, diretores e ex-presidentes do Previ-Rio e do TCM. A verdade é que queremos saber como levaram o Funprevi para esse buraco. O que fizeram com os recursos financeiros e com parte do patrimônio imóvel do Previ-Rio, que também está muito mal administrado, com cobranças de aluguéis a terceiros defasadas, além de terrenos, como o comprado pelo Consulado dos EUA, que não foram bem explicados” — afirma João Mendes de Jesus.
O político do PRB também quer entender porque as medidas para zerar o déficit do Funprevi têm de ser realizadas por meio de revisão de pisos e tetos da contribuição suplementar e por que a Secretaria da Fazenda não concordou, na época, que a revisão fosse efetivada, por considerar que os gastos se elevariam por causa do aumento da contribuição.
Em resposta, Bernardo Egas asseverou que em sua visão para sanear o Funprevi e garantir seus recursos somente seria possível realizar aportes financeiros, porque não há outro jeito, porque, do contrário, não faz sentido. Contudo, o vereador João Mendes de Jesus considera que sanear o Furprevi sem, no entanto, apresentar soluções e esclarecer os motivos do rombo bilionário se tornaria um processo pouco transparente, porque, de acordo com o relator, há necessidade de a CPI terminar e indicar os erros acontecidos, assim como responsabilizar quem causou prejuízos aos servidores públicos, ou seja, à sociedade.
Déficit — O déficit financeiro do Fumprevi, segundo o ex-presidente Luís Salomão é de R$ 2,6 bilhões, no ano de 2017. Egas retrucou a afirmação de Salomão e disse que se deve separar o déficit financeiro do atuarial. O atual presidente do Previ-Rio disse que o déficit financeiro é de R$ 600 milhões ano, enquanto o atuarial não foi informada estimativa. Porém, Bernardo Egas considerou que se não houver a implementação do estudo proposto à Fazenda, o déficit atuarial deverá ser maior do que os R$ 2 bilhões.
A próxima reunião da CPI do Previ-Rio está marcada para o dia 3 de agosto. Estarão presentes à CPI como convidados os servidores Ricardo Ferraz, ex-diretor de Administração e Finanças da autarquia, e Fernanda Nunes Queiroz, gerente Contábil do PreviRio.
Estiveram presentes à reunião da CPI, o vereador Paulo Pinheiro (PSOL), o vereador João Mendes de Jesus (PRB), além dos vereadores Professor Célio Lupparelli (DEM), Ítalo Ciba (PT do B), Leandro Lyra (Novo) e Fernando William (PDT).