Em entrevista ao Terra, Crivella diz porquê quer ser governador do RJ.
Confira abaixo a entrevista completa.
Terra – Por que o senhor quer ser governador do Rio?
Crivella – Para ser o melhor governador que o Rio já teve. Para colocar a casa em ordem.
Terra – O que o senhor considera colocar a casa em ordem?
Crivella – Voltar os investimentos necessários em saúde, educação e segurança, coisas básicas; habitação também, que hoje o cidadão fluminense não tem.
Terra – As últimas pesquisas divulgadas apontam o senhor empatado tecnicamente na intenção de votos para o governo do Rio de Janeiro, tendo muito próximo o deputado Anthony Garotinho (PR) e o senador Lindbergh Farias (PT), e o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) um pouco mais distante. Isso quer dizer que as eleições vão ser muito disputadas este ano no Rio?
Crivella – Eu acho que sim. Mas estas pesquisas estão defasadas. A última pesquisa do Ibope tem Garotinho com 19%, Crivella 18% e Lindbergh com 10%. A última, publicada pelo jornal O Dia, deu Crivella com 18% e Garotinho com 13% e Lindbergh com 8%. Acredito que existam dois times: Crivella e Garotinho, mais ou menos empatados em 20% e em torno de 10%, um pouquinho abaixo outro grupo, com o Pezão em torno de 5%.
Terra – É muito cedo para se definir um quadro eleitoral para este ano?
Crivella – Se você tirar o tempo que vamos ter de Copa do Mundo, não é tão cedo não. Sobretudo na questão da rejeição. Já disputei seis eleições e o mais difícil não é conquistar o voto, mas vencer a rejeição. E nesse aspecto o tempo que os candidatos têm para vencer isso é muito pouco.
Terra – O senhor definiria o deputado Anthony Garotinho como seu principal adversário?
Crivella – Meus principais adversários são todos. Não vou escolher adversário. Tendo em vista a impressão que as pessoas, hoje, têm da política e dos políticos, talvez o maior adversário de nós todos seja o que vai anular o voto, o que vai se abster ou vai votar branco.
Terra – Como o senhor vê a situação da presidente Dilma, que tem quatro palanques para subir no Rio? Ela já manifestou a preferência pelo candidato do PMDB, o governador Pezão, tem o candidato do partido dela, o senador Lindbergh Farias, o senhor, o deputado Garotinho, que pretende liberar o partido para votar em quem quiser para presidente.
Crivella – A presidenta Dilma tem um projeto importantíssimo para colocar avante, que é esse de redenção daquele governo passado, governo tucano, quando o BNDES, por exemplo, só emprestava dinheiro para privatização; época de arrocho salarial, onde não se tinha projeto de habitação para o país, como Minha Casa Minha Vida, um déficit da balança comercial gigantesco. A única coisa de bom era a estabilidade, que está mantida, com estabilidade de preços e inflação dentro da meta. Mas nós não queremos voltar àquele tempo de arrocho salarial, alto desemprego, privatização das empresas. Nós queremos continuar crescendo, se desenvolvendo, gerando empregos e subindo renda. Esse projeto é fundamental. Aqui no Rio há vários candidatos querendo colaborar com ela. Eu não tenho nenhum problema de que a presidenta venha ao meu palanque (ela jamais disse que deixaria de vir) e vá a outros palanques. Entendo a situação dela e a importância do projeto nacional, comparado ao projeto de governo de qualquer Estado.
Terra – Dizem que o senhor estaria em entendimento com o pré-candidato ao governo pelo PSB, o ex-governador Eduardo Campos. Isso pode ser possível?
Crivella – Não. O Crivella é Dilma, os que me acompanham são Dilma, o meu partido é Dilma. Se houvesse uma catástrofe e a presidenta Dilma ficasse fora do segundo turno, por uma razão que fugisse do cenário atual, meu partido apoiaria Eduardo Campos, que tem uma linha bem próxima à do PT, mais à esquerda. Mas acho essa hipótese é remota, embora veja com simpatia e com bons olhos a candidatura de Eduardo Campos.
Fonte: Portal Terra