Tia Ju será relatora da CPI sobre morte de jovens negros e pobres no estado
A Deputada Estadual pelo PRB-RJ, Tia Ju, foi eleita hoje, 27/02, relatora da CPI para investigar a morte de jovens negros e pobres no estado do Rio de Janeiro que foi instalada na Alerj.
A CPI era um pedido da deputada desde 2015 quando foi protocolada e pretende fazer um raio-x das condições que levam ao atual genocídio desta categoria de jovens em nosso estado.
A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil, segundo um relatório lançado pelo Senado Federal em 2016. No Rio de Janeiro, faltam estatísticas concretas sobre as mortes dessa parcela da população. Garantir o levantamento de dados mais precisos sobre o tema para diminuir os índices de violência contra a juventude negra e pobre fluminense é um dos objetivos da investigação.
Para Tia Ju a CPI se faz necessária, principalmente neste momento em que o Rio de Janeiro passa por uma intervenção federal na segurança pública.
– Somos totalmente favoráveis ao combate à criminalidade que advém do tráfico de drogas e de armas, mas precisamos ter uma preocupação com os moradores das favelas do Rio. É uma realidade, que não vem de hoje, os abusos que são em abordagens e procedimentos que afetam, diretamente, os jovens negros e pobres de nosso estado – disse ela.
Tia Ju disse também que defende que o estado não tenha nenhuma “tolerância em relação ao crime”.
– Mas não podemos aceitar a criminalização da pobreza e dos jovens negros – ressaltou.
Entres as primeiras medidas da CPI estão convocar oitivas com gestores das áreas de segurança do estado, a busca de dados dos relatórios de investigações feitas pela Câmara Federal e pelo Senado, além interlocução com outras entidades da sociedade que tem conhecida experiência com o tema da CPI.
A CPI pretende, como resultado final que surgirá do relatório que será elaborado pela Deputada Tia Ju, fazer um diagnóstico do atual quadro de mortes no estado para que se possa apontar medidas preventivas para valorizar a vida da juventude negra e pobre que é atingida diariamente pela política do confronto.
– Ainda é muito difícil ser negro no estado do Rio de Janeiro e no Brasil – finalizou a deputada.