“Presenciamos o sequestro da paz social pelo tráfico”, afirma Eduardo Lopes
O senador Eduardo Lopes subiu à tribuna nesta terça-feira (03), para mostrar preocupação com o aumento do crime organizado no país, especialmente no estado do Rio de Janeiro.
Para o senador, a guerra entre facções criminosas rivais já ultrapassou o âmbito das grandes cidades, ocorrendo também em pequenas cidades antes não atingidas. “A questão da violência na sociedade brasileira, por exemplo, tem-se revestido de importância crescente nas últimas décadas. Seu crescimento, sobretudo pela competição entre facções criminosas rivais. Vemos estarrecidos como o crime se articula por todo o Brasil”, destacou Lopes.
Eduardo Lopes acredita que as redes de distribuição de drogas em todo o território nacional se valem de uma inteligência e de uma logística que rapidamente se compuseram com um profissionalismo assustador. “É preciso reconhecer que o crime atingiu um patamar de organização nunca visto antes e que o Estado mal consegue lidar com essa realidade”, disse o senador.
Ao citar a violência registrada no Rio de Janeiro, Lopes falou sobre a guerra que se instalou em uma comunidade da cidade, nos últimos dias. “O Rio de Janeiro presenciou momentos de terror, quando bandidos afrontaram toda uma comunidade impondo zona de guerra a moradores sitiados e encurralados. Esse drama que todo o Brasil acompanhou deixou clara a falência do sistema de segurança pública no Estado do Rio de Janeiro frente ao poder de fogo incontestável dos traficantes”, afirmou o parlamentar.
Para Lopes o governo precisa tomar medidas diante da atual situação em que o estado se encontra e encarar o patamar de organização que o crime alcançou. “O certo é que, nessa recente guerra, presenciamos o sequestro da paz social pelo tráfico. Um gabinete de crise acabou sendo montado depois de a crise já estar instalada – medidas paliativas para velhos problemas! E assim tocamos a política da segurança pública no Estado do Rio de Janeiro. Decididamente, não dá mais”, enfatizou o representante fluminense.
Crime hediondo
O senador lembrou que defendeu na última semana que inclua na lista de crime hediondo a posse ou o porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, como fuzis. Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado o relatório favorável de Lopes foi aprovado por unanimidade.
O texto voltou da Câmara dos Deputados como o Substitutivo (SCD) 6/17, ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 230/14, de autoria do ex-senador e hoje prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. Lopes defendeu a rejeição do SCD e resgatou o texto que havia sido aprovado pelo Senado em 2015. Segundo ele, a Câmara especificou os tipos de arma que seriam enquadradas no crime, o que limitaria o alcance da proposta. E também citava que seria hediondo apenas o uso dessa arma em crime. O projeto aprovado segue para sanção presidencial.
Texto: Ascom Bsb – Senador Eduardo Lopes